Páginas

Pesquisar neste blog

18 de agosto de 2011

Opinião sobre os casos de Leishmaniose em Goiânia


A presidente do Projeto Hammã, Meibel Pereira, escreveu ao jornal goianiense Diário da Manhã para mostrar seu ponto de vista acerca dos casos recentes de Leishmaniose Canina em Goiânia. A carta foi publicada hoje, na seção "Opinião Pública". Confira abaixo a sua versão original:

"Há dias quero parabenizar a matéria do dia 12/08 por Grazielle Balbino que teve grande iniciativa em entrevistar um profissional conceituado que não está ligado a rede pública,Dr. Wanderson Ferreira,além de vasto conhecimento e membro da Anclivepa,colocou de forma sintetizada a delicadeza de como o assunto e sua problemática deve ser tratada. Complementando as diversas informações,muito bem colocadas na entrevista,mas muito aterrorizantes em outras notícias que lemos,deixamos nossa posição e orientação: o Hammã-Grupo de Proteção Animal,esclarece que há um grande equivoco na informação sobre a leishmaniose. O cão,que hoje é chamado "repositório canino",não é o transmissor da doença.O transmissor,é aquele mosquito(palha) de que até hoje só se houve falar o nome,mas em nenhuma ação de combate.

O cão é o portador mais bem estudado e por isso é considerado o principal reservatório doméstico, porém outros animais como gatos, raposas, gambás, roedores, também são reservatórios da doença.Depois que se matarem todos os cães,serão também eliminados todos os ratos? O transmissor da doença é o mosquito palha, mas o combate ao mosquito praticamente não existe no Brasil,salvo estados que por sorte tem uma gestão comprometida com o cidadão.

Não há estudos que comprovem que matar animais resolva o problema, uma vez que a prática da matança acontece há décadas e o índice de casos humanos só tem aumentado. Cerca de 48%, dos resultados dos exames atualmente realizados nos cães, tem resultado falso positivo.

O BRASIL É O ÚNICO PAÍS NO MUNDO QUE MATA CÃES COM LEISHMANIOSE... TODOS OS OUTROS TRATAM A DOENÇA.

Então,faço a pergunta feita em um debate que participamos sobre o tema: Será que a vida do cão de outro país tem mais valor que a vida dos nossos cães?

A indignação das associações de proteção e também de outros cidadãos conscientes e tão grande,que deixarei aqui um trecho de uma carta escrita por alguém que assina como "Observador do cotidiano",a fim de que a opnião colocada aqui,não seja confundida com fanatismo ou algo parecido.As palavras a seguir,são palavras de um cidadão comum e anônimo,opnião que apenas aprovamos: "O Poder Público, de modo geral, parece não se importar com o bem-estar dos animais. Não atua de forma fiscalizadora com os direitos do animal, não fornece instrumentos para que terceiros o façam, não cria mecanismos de proteção eficazes no combate à posse irresponsável, e quando detém a posse do animal, geralmente acaba tirando-lhe a vida.

Um exemplo recente disto é o atual surto de Leishmaniose em Goiânia. Somente depois de seu surgimento é que a Prefeitura decide agir. O cidadão comum não pergunta, mas deveria perguntar: e as medidas preventivas, por que não foram adotadas? Campanhas de prevenção e informação sobre a doença, por que não foram feitas, assim como são com doenças com ao Dengue? Os cães não estão infectados por vontade própria... com certeza não desejaram isso pra si mesmos. E agora, diante da situação, a única solução que a Prefeitura oferece é a eutanásia do animal, mediante entrega do mesmo pelo dono para o CCZ. Eis aí uma situação real que ilustra bem a ausência de políticas públicas visando o bem-estar do animal, e consequentemente, neste caso, o da população. O CCZ inclusive chega a eliminar animais sadios, de acordo com denúncias de grupos de proteção animal independentes."

Brazilândia,no Mato Grosso do Sul não registrou caso de leishmaniose este ano. Prova de uma gestão que respeita o cidadão.

"Foram realizados trabalhos de inspeção (mutirões de limpeza, retirada de criadouros de aves e suínos do perímetro urbano), palestras sobre educação e saúde e a capacitação de profissionais para atendimento de pacientes portadores da doença e um controle químico nas áreas de maior ocorrência dos casos em humanos. Outros cuidados foram tomados com os cães, como o levantamento da saúde dos animais, a retirada dos que estão contaminados e a colocação de coleiras impregnadas com alfacipermetrina nos não infectados" (fonte:http://www.agorams.com.br/index.php?ver=ler&id=197158), Mato Grosso do Sul, Quinta-Feira, 11 de Agosto de 2011 - 17:26.

Diante de notícias assim,nós perguntamos ao diretor do DVSA,que modelo de "sensibilização" o senhor espera que o proprietário de um animal tenha?

Nós é quem pedimos sensibilização para ações eficazes de combate ao mosquito e a proteção dos nossos animais,Não é justo que o Estado destine verbas à um uso "pouco expressivo"(eutanásia) para tantos animais que precisam de medidas preventivas como distribuição da coleira e vacinação para proprietários de baixa renda,além de informações precisas.Pois só dizem os sintomas da leishmaniose e esquecem de dizer que esses sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças,e enquanto essa informação não acontece,basta um animal emagrecer ou apresentar outro sintoma anormal, para que seu dono conclua que é leishmaniose e deixa-lo as portas do CCZ.

Porque são divulgados aqui em Goliânia apenas opniões dos veterinários do centro de zoonozes? Porque a Prefeitura não promove palestras com especialistas no assunto que não estão ligados à rede pública? Sugestão: Anclivepa que tem uma postura ética e humanitária,membros da Brasileish que são mestres no assunto,Dr.Carlos Zarantin,Médico Veterinário, Gerente Regional do Laboratório MSD Saúde Animal, fabricante das coleiras Scalibor,entre tantos outros profissionais que se dedicam há anos em estudos sobre a leishmaniose.

Aos proprietários de animais,deixamos o conselho:Procure um veterinário de sua confiança para um diagnóstico preciso de seu animal.Encoleire e vacine. Proteja o seu amigo!

Ao DM, obrigada pela oportunidade.

Meibel P.Verissímo
Presidente-Hammã-Grupo de Proteção Animal"

Um comentário:

Emmanuelle Moraes disse...

Olá! Adorei o texto! Muito bom e importante, vou divulgar!
Sou de Rondonópolis/MT e aqui está um caos!
A cidade inteira com focos e o CCZ só mata os cães, além de, com suas informações erradas, ainda causar o aumento de abandono da população que, mal informada, acaba por temer ter o cão em casa.
Vim, a duas semana, de Florianópolis/SC, onde trabalhei por dois anos, e lá, junto com a ONG "É o bicho.org", fora organizado um seminário sobre o assunto com a presença do Dr. André Luiz de Campo Grande/MS. Além, de terem ficados bem informados sobre o assunto, Floripa ainda possui, vinculado ao CCZ a Coordenadoria de Bem Estar animal, com um belo trabalho em prol do animais.
Amor e Luz!

Emmanuelle Moraes
Educadora Canina
www.educadoracanina.com.br

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...