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2 de fevereiro de 2011

Cem cães mortos em Vancouver


Meus caros,

Em Vancouver foram mortos 100 cães husky siberianos que trabalharam puxando trenós nas Olimpiadas de Inverno do ano passado. Como não tinham mais serventia, foram mortos. Não sei qual foi a atuação das ongs locais, mas a notícia está em italiano:


Então, vamos repensar os lugares que visitamos como turistas, não contribuindo com importação de camelos para trabalharem nas praias de Natal, ou com as fotos com os jeguinhos, ou com elefantes, passeios com golfinhos...etc...etc.

Obrigada,

Mônika.

A realidade dos abrigos para animais


O Projeto Hammã e todas as ONGs de Direito dos Animais de Goiânia estão fazendo o possível para atender os pedidos de resgate que chegam até nós. Como muita gente já sabe, não temos um abrigo próprio e nem temos condições para isso no momento. Contamos sempre com a ajuda dos voluntários e da sociedade em geral para cuidar dos animais carentes e adoecidos, mas tenho percebido que algumas pessoas acham que ligando pra alguém do Projeto pedindo o resgate, o animal irá para uma espécie de Céu dos Animais... Então me lembrei de um texto que a amiga Cecília Bessa me enviou e queria dividí-lo com quem ainda não o leu. Boa semana a todos! 

Rafael Branco
Presidente Projeto Hammã


Por Maria Augusta Toledo (http://anjosparaadocao.multiply.com)

A Realidade dos Abrigos de Animais

Toda vez que me perguntam se conheço algum abrigo que aceite seu animal de estimação, eu me lembro da necessidade de escrever sobre o assunto. Esta semana os pedidos foram tantos, que vou tentar descrever a realidade dos abrigos, que é bem diferente da imagem que muitas pessoas fazem deles. O cão, quando vai para um abrigo, não está saindo de férias ou indo passar uma temporada em um SPA ou hotel Cinco Estrelas. Infelizmente, ele vai enfrentar uma dura realidade.

Alguns humanos resolvem, por vários motivos, se desfazer do animal que viveu muitos anos em sua companhia, outros então devolvem o animal adotado depois de meses de convívio com uma família e todos acham que ele ficará feliz indo para um abrigo. Estas pessoas precisam saber que o estresse enfrentado pelo animal que sai de um local onde ele se sente seguro e amado é tão grande que, na primeira semana no abrigo ele adoece e demora muito tempo para se recompor e participar da vida coletiva. No período de adaptação ele fica apático, deprimido e muitas vezes pára de se alimentar. Os mais sensíveis ou velhos adoecem gravemente e alguns acabam morrendo. Só quem já visitou um abrigo de animais sabe do que eu estou falando.

Existem vários tipos de abrigo: Alguns são pequenos, com poucos animais, o tipo de local que a maioria dos protetores acaba construindo e que fica muitas vezes em sua própria casa. Nestes, os animais tem alimento, proteção, mas nem sempre têm atenção e carinho. Tem também aqueles maiores, que pertencem a sociedades protetoras, onde os animais muitas vezes sofrem por falta de alimentos e cuidados. Neles há superlotação e são rotineiras mortes causadas por brigas, disputa por território, alimento e até disputa por atenção. Nestes locais os cães e gatos estão sempre tristes, apáticos ou ao contrário, tornam-se tão agitados que não conseguem relaxar nunca. Já resgatei animais de abrigos que se comportam como crianças delinqüentes: eles são agressivos, extremamente inquietos e podem demorar anos para se reequilibrar. Nos locais menores e mais bem equipados, os animais não passam fome, mas estão sempre carentes e chegam a brigar por um simples afago e você precisa ficar atento para não privilegiar nenhum deles.

Vou diariamente a um abrigo que comporta 30 cachorros e sinto na pele todos os problemas que mencionei. Chego sempre no mesmo horário e os cachorros já começam a correr e a latir quando estou a um quarteirão de distância. Eles já sabem a hora certa e ficam tão agitados que muitas vezes começa uma briga antes mesmo que eu abra os portões. Nesta hora, preciso ser rigorosa e exigir que eles se acalmem. Sempre levo algum petisco e começo a servir para a turma que só então fica quieta, esperando para ganhar o prêmio. Então, aproveito o silêncio para conversar com eles e explicar que estou procurando bons lares para todos e que eles precisam ter paciência, pois é uma questão de tempo e logo eles irão ter uma vida melhor. Conto que eu me esforço ao máximo, mas é difícil encontrar pessoas sem preconceito e que também tenham amor para dar. Mas, claro, isto não é impossível de acontecer e eles vão conseguir sua casa, mesmo que demore um tempo. Sei que muitos deles não terão nenhuma chance, pois são vira-latas e velhos e muito dificilmente alguém se interessará por eles. Para estes eu digo que não precisam se preocupar, pois no abrigo terão sua velhice garantida e todo amor e cuidado que eu e minhas parceiras pudermos lhes dar.

Todos os dias eu saio de lá com um nó na garganta, pois eles sabem que só voltarei no dia seguinte e que terão um longo dia pela frente, sem atenção e sem a companhia de um humano. Lá, como na maioria dos abrigos, eles só têm o básico: comida, água e proteção contra as intempéries. Mas, felizmente e aos poucos, eles acabam aprendendo a conviver com a solidão e hoje já não sofrem tanto quando eu fecho o portão. Resignados, eles vão para suas casinhas esperar o tempo passar. Fico triste, mas só não me desespero porque penso que eles estão melhores lá do que na rua passando necessidades.

Por tudo que os animais são obrigados a suportar, é importante que o abrigo seja sempre encarado como local transitório, uma casa de passagem e não lar definitivo para cães e gatos. Animais domésticos, como o próprio nome diz, existem para viver em contato e na companhia de humanos, pois dependem deles para todas suas necessidades.

O certo é que sempre paira um ar de tristeza e resignação sobre os abrigos. Isto porque todos os animais que lá estão foram um dia abandonados e mesmo os que se perderam de suas casas ficaram traumatizados, pois nas ruas passaram por muita privação e medo. Eles se tornaram seres inseguros que têm receio de nos decepcionar, de fazer algo errado e de sofrer novamente. 

Jim Willis, escritor e defensor dos animais, descreveu com precisão os abrigos em seu livro Pieces of My Heart:

"Olhei para os animais abandonados no abrigo… os renegados da sociedade humana. Vi em seus olhos amor e esperança, medo e horror, tristeza e a certeza de terem sido traídos. Eu me revoltei e rezei:

– Deus, isto é horrível! Por que o Senhor não faz nada a respeito?

E Deus respondeu:

– Eu fiz. Eu criei você.”

Esta infelizmente é a realidade dos abrigos e nós devemos lutar para melhorar a situação destes seres abandonados. Mas, assim como algumas pessoas abandonam, outras se desdobram e fazem de tudo para corrigir esta falha. É emocionante ver a alegria dos cachorros quando elas chegam. Quando saem para passear então, eles correm, rolam na grama, ficam tão agitados que às vezes tenho até medo que possam ter algum problema de saúde. Mas, voltam dos passeios muito mais felizes e revigorados, com energia para agüentar mais uma semana de espera por um lar.

Graminha virou uma estrela no céu...


Olá amigo leitor,

como é difícil definir as artimanhas de nosso Criador e ainda tentar explicar para vocês o que temos certeza que ninguém vai entender, ou no minímo-não vão se sentir confortáveis tampouco nos confortar. Mas entendemos nas poucas coisas que conseguimos, que vocês são parte do nosso trabalho e por isso compartilhamos.

Graminha, um felino de apenas 40 dias, lindo como uma coisinha advinda do céu, com seu dourado e azul acabou por cair sob nossa proteção depois de ter sido resgatado em um cruzamento por uma grande amiga do Projeto Hammã e logo ser rejeitado por Dóris, uma linda cadela Cane Corso. Mesmo com tentativas de longas negociações e explicações,Dóris deixou bem claro que nunca aceitaria dividir território com algo tão insuportável para ela. E então Graminha foi para os braços de Jacqueline(para quem não lembra,é a organizadora dos bazares),que logo percebeu que o felino não estava bem de saúde.E o cercou de todos os cuidados necessários,na fragilidade de nossas limitações e na fragilidade daquele ser tão pequeno que não sabia dizer o que tinha, não conseguiamos descobrir o motivo que o levava à não parar com a ração no estômago. Procuramos alguns veterinários para fazer hemograma, o sangue deveria ser colhido pela jugular,já que suas veinhas pareciam mais vasos fininhos. Não encontramos um veterinário que assumisse o risco.

Todos sabem que nosso forte são cães,não temos grande experiência com gatos e ao que nos pareceu, os profissionais também não. Diariamente Jacqueline nos passava as condições de Graminha, fizemos alguns apelos sem sucesso, horas ele estava normal, horas nos deixando em alerta. Eu pensava no corpinho de Graminha como se fosse o corpinho de uma ave, frágil e abatida.

Hoje pela manhã, Jacqueline ligou noticiando o estado de letargia de Graminha, pelo telefone eu podia ouvir seus últimos miados e a dor da impotência de Jacqueline. Então,Graminha nos deixou. Tão pequeninho que cabia na mão da tia cuidadora. Pior do que não conseguir fazer é não saber o que fazer. Foi essa a conclusão que o pequeno Graminha nos deixou. Esteja em paz onde estiver pequenino.

Sabem, eu e Rafael somos responsáveis pelos resgates,somos nós quem recebemos os pedidos e eu percebo quão cruel é o humano com os animais e em especial com os gatos. Dos telefonemas que recebemos 80% são relacionados à gatos. Ninhadas, mãezinhas envenenadas para não reproduzirem mais deixando seus filhotinhos ainda em amamentação, gatos que incomodam porque são gatos,e muito pior do que acontece com os cães, é que eles não passam despercebidos, geralmente despertam a antipatia dos que não gostam de animais. O cachorro é totalmente ignorado quando é perambulo de rua. Lembram de José? Anorexo, mau cheiroso, assustado, lixeiro, e eu me lembro de como fiquei indignada por ninguém olhar, ao menos olhar para ele, tamanha era a indiferença. Com o gato a coisa é mais "cabulosa". Por exemplo, se José fosse um gato, alguém provavelmente o teria matado à pauladas. Eu sei que isso é horrível. A realidade é horrível e repugnante. O que eu digo é confirmado na cantiga de ninar (coisa absurda!), atirei o pau no gato/mas o gato não morreu. Quer dizer: ele tem que morrer à pauladas.

Talvez querendo confirmar a rejeição, Getúlio Cortês escreveu a música que hoje é sucesso cantado por Marisa Monte:

"Eu sou um negro gato de arrepiar / e esta minha vida é mesmo de amargar! (...) / um dia lá no morro, pobre de mim / queriam minha pele para tamborim / apavorado, desapareci no mato! eu sou um negro gato..."

Vejam outra confirmação nessa postagem de nosso blog de um email que recebemos:


Então em tudo que o gato é relacionado, é visivelmente rejeitado. A problemática com os felinos é desde de hora de seu nascimento e quando por sorte ele encontra seu protetor, vem o temor junto. Gatos pretos não são doados facilmente,ou são rejeitados por superstição ou a adoção é negada por suspeita de rituais. Outro absurdo, real. Por mais assustador que pareça, os adeptos à magia estão sempre rondando protetores na esperança de alçar um "amuleto". E são diversas as crenças populares, Pérsia Antiga, idade média, filmes de suspense, terror, halloween, cultura medieval, até no anarquismo, enfim, a ignorância não é coisa da modernidade atual. Provando que nem tudo evolui,ainda existem os primatas. O homem comum se apegou na lição de que o cão é o melhor amigo do homem e se esqueceu das primeiras frases da criação:

"Deus criou os céus e a terra,e tudo que nela habita"

Grande beijo, fique com Deus.
Meibel 
Projeto Hammã
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